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De repente

14 dez

Foi assim, daquele jeito que nos pega de jeito.

Mas não foi assim tão sem jeito.

Foi rápido, não tive tempo de tomar alguma decisão pensada.

Rápido o suficiente pra testar minhas capacidades animalescas de reflexo

Aquelas que eu nem mesmo sabia que existiam em mim.

 

E descobri que eu era rápido

e descobri que não tinha descoberto muito de mim ainda

e olha que muito vivi – se é que assim posso dizer

 

Mas o que mais me intriga não foi não me conhecer

Não foi de não me conhecer. Não foi. Não foi! Não foi?

 

Foi.

E foi de repente.

Foi?

Ah! Foi!

 

Aquele sentimento vazio de incompletude

Se encheu do seu vazio

Do meu pensamento cheio de nada, da angústia da compulsão

Aquele impulso que pulsava, empurrava, empurrava! Empurrava!!

 

Me empurrava para o desconhecido, para o inexplorado,

E quanto mais eu lutava contra

Mais eu perdia, e me entregava lutando, me rendia ganhando.

Era uma guerra onde eu ganhava perdendo

 

Aquele túnel era pra cima, mas

Meu pensamento racional insistia em pregar a peça de que existia uma força que me atraia pra baixo.

E vi o túnel abaixo, mas ele parecia fluir pra cima.

Fui derretendo pelas unhas, mas elas são duras..

Como pode? Espera, é bom.. É bom! É bom? Derreter é bom! Sim, é bom…

 

E fui derretendo para o túnel

Parte de mim, sem brilho, descia túnel abaixo, e me deixei ir

Parte de mim, com brilho, subia túnel acima, e me deixei ir

 

E de repente, e não mais que de repente, me fui de mim mesmo

E de repente, e não mais que de repente, renasci em mim.

 

Com e sem brilho.

De repente.

Eu.

 
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Publicado por em 14/12/2013 em Uncategorized

 

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